sexta-feira

meu coração é um moinho cheio de peso morto e saudade
vontade

segunda-feira

desliza

que sampa me morde as beiradas
vai me fodendo lenta, envolve materna no concreto frio
e eu bem filha, cheia da pureza suja
me misturo como santa deslumbrada no asfalto escuro
acompanhada

tem luz de natal na avenida

quinta-feira

sentada na borda da pia de pernas abertas
Não sei se beijo ou se maltrato
Me morde me arranha e finge
Ela sempre me engana sorrindo
E quer me destruir, só pelo prazer de logo depois me remontar
Mistura o amor e raiva e do veneno se satisfaz..

segunda-feira

Começa lá do fim o largo avesso. Eu me aqueço eu me esqueço. É meu rumo é meu prumo que dança colorido.
Eu queria dizer das coisas boas
De como esse final de semana mudou a minha vida, e os que antecederam me embalaram no melhor caminho, talvez não no mais fácil, mas no melhor.
Que eu me sinto acolhida hoje pelo tempo, e pelo amor entusiasmada. E que eu me sinto forte, sem mais nada, apenas forte.
Com meus amores. Com um caminho. E com a liberdade de um caminho.
Limpa de uma dor suja.


Dona Flor e Dono Flor

eis a culpa dessa minha cara florida!

sexta-feira

Chega a hora em que você se perde.
E fica só o gosto amargo na garganta, o sabor de não ter volta.
E a sensação de que vai ser assim sempre.
Encurralada dentro do próprio coração.

quarta-feira

logo de manhã ainda no quase escuro são essas tuas curvas nuas de veludo que me provocam
descompromissadas donas de si e meigamente devassas
ai
nem sei se meu coração de merda aguenta a violência de toda essa beleza
deve ser porque tudo em ti tem vida própria
dos cachos aos pés
mesmo que vestidos
ainda nus e feéricos

você é o meu instinto com vida pernas e um outro destino
você é.

terça-feira

Ela era doce..
E eu tão jovem.

Procuro em segredo um sentido para tudo
Mas em mim agora só encontro água turva e silêncio. Talvez eu tenha sido sempre isso,
breu e mar aberto

O antes e o depois, já não estão mais na mesma vida...
Nem na minha, e nem na dela.

segunda-feira

Querido blogue,

Se eu contar você não vai acreditar!
Tenho um abacaxi enorme em cada mão...e um sorriso maroto na cara! Há!
Não tenho raiva
Não tenho amor
(Só um abacaxi...que já já, vai virar caipirinha....)

musiquinha...

quinta-feira

" Confira
tudo que
respira
conspira "



Leminski

terça-feira

Me ocorreu medonha felicidade hoje. Veio rasteira e faceira se agarrando em minhas pernas. E se mantém dentro de mim quase me fazendo culpada. Mas eu não me culpo, desse ano eu sou inocente, desse ano que foi o pior e o melhor da minha vida...desse que me valeu por dez. De manhã percebi que hoje é dezembro e aí o gosto doce na boca e o deslumbre do novo, inevitável novo dois mil e oito. É a primeira vez que eu sinto assim a chegada de mais um ano, porque nesse eu vou entrar limpa, clara, vou entrar outra..
Tudo novo de novo!


Esse é um post de Ano Novo, mas eu faço tipo de garota urgente, ansiosa, já de sorriso pronto e largo pra cruzar a linha do tempo, de todo esse tempo.



* ah! e hoje eu ganhei um presente com dedicatória de melhor amigo, o que contribuiu logicamente, em larga escala, com a minha safada felicidade.

segunda-feira

de punhal na mão e na beirada, sempre a um passo do que eu desejava ser.
Eu tinha quinze, e um buraco de flores no peito
Uma folha em branco e o ovo apunhalado de capa negra, colado no corpo. carnal
Eram só quinze anos e eu já não me pertencia

uma ausência absurda mais em mim do que em toda aquela gente
Eram só quinze horas e todo o peso do mundo



o que pulsa sanguinário no teu peito nunca passa.

quinta-feira

Estou muito compenetrada no meu pânico. Lá de dentro tomando medidas preventivas. Minha filha, lê isso aqui quando você tiver perdido as esperanças como hoje. Você é meu único tesouro. Você morde e grita e não me deixa em paz mas você é meu único tesouro. Então escuta só; toma esse xarope, deita no meu colo, e descansa aqui; dorme que eu cuido de você e não me assusto; dorme, dorme. Eu sou grande, fico acordada até mais tarde. Quero te explicar isso, te passar este quarto imóvel com tudo dentro e nenhuma cidade fora com redes de parentela. Aqui tenho maquininhas de me distrair, tv de cabeceira, fitas magnéticas, cartões postais, cadernos de tamanhos variados, alicate de unhas, dois pirex e outras mais. Não tem nada lá fora e minha cabeça fala sozinha, assim, com movimento pendular de aparecer e desaparecer. Guarde bem este quarto parado, com maquininhas, cabeça e pêndulo no coração. Fiz uma penteadeira com Bogart e Bacall, très chic. Pronto, acabei esse assunto de quartinho cultural, mas guarde bem – para mais tarde. Fica contando ponto. Choro que nem uma desapiedada no melodrama penitenciário. Fico dura com a travessia do deserto por Leslie Caron de freira sexy e Madron imbatível morrendo no final. Ataque de riso no Paris Pullman numa cena inesperada de Preparem seus Lencinhos – a falação entregando tudo pela mãe do menino que Solange seduziu. Ninguém mais ria, só eu. Dor no corpo. Inglesa chata junto, pai da Vogue, habita Costa Brava. Me lembro da bandeira. Joe anômico, a vida corre, não tem memória ele diz. Alice nice, não gosta de não ser nice. Flutuo como maluca: gosto de mim, não gosto, gosto, não gosto. Tesão pelo Luke no underground. Acalmei bem, me distraí, não penso tanto, penso a te.


ANA C.

quarta-feira




Eu mudaria de galáxia, eu mudaria até minha cara se ela não fosse tão bonitinha e descarada (des-carada). Perdoa a minha constância a minha freqüência a minha eloqüência e meu amor pesado cheio de açúcar, açúcar engorda e constância dá taediu! E eu sempre me enrosco no tédio. Tropeço. Choro queném chove! Água fria e eu me acordo, sim não espere nada e não dê tudo que você se esvaziaseanulaseesgotaseacabasequebra. Eu me quebro toda semana, me jogo do quinto andar só pra acumular sensação-sensações, comoção moral sempre no teste. Não engole a fumaça, respira sutil e toma de volta esse espírito no teu peito, que ele se agarra e corre ao mesmo tempo. Que todo mundo se agarra e corre ao mesmo tempo. Menos eu. Não corro não me agarro, só me escondo, me abro, me fecho. Me Fecho. E nem você me alcança. Suponhamos!
Bukoswki tava roxo de razão, o amor é um cão dos diabos. Então eu to em casa de navalha na mão e.

sábado

deschamps

Deschmps_1beto deschamps nasceu em blumenau, e é professor de literatura brasileira e francesa. seu ideário estético estabelece vínculos com a agilidade da publicidade, com a linguagem cinematográfica e, principalmente, com alguns nomes da música brasileira, como cazuza e arnaldo antunes. procura elaborar uma poesia marcada pela musicalidade singular da oralidade popular. salvo pelas letras das canções que compôs, jamais publicou.

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Prefácio desenteressadíssimo

Vai tomar no teu cu leitor!
Tu e a tua tirania.
Tu, tua tirania e a tirania do mercado consumidor.
Tu, tua tirania, a tirania do mercado consumidor, e a mais tirana das tiranias: a tirania da crítica funcionária pública com a chancela da Secretaria do Recalque e da Falta de Bom Humor.
A chancela da incapacidade do riso inteligente,
Para quem, covarde, afastou-se da possibilidade do soco
E exalta-se de haver fugido da possibilidade do soco.
Saudades dos dias em que me nutria da ração insossa da minha covardia...

Tu não entendes a minha ironia, leitor.
Nem adianta tentar,
Inútil tentar.
Tu não entendes a minha ironia.
Ela é cáustica.
Ela é ácida.
Mais afiada do que mil machados cegos empilhados,
Porque me ironiza a mim mesmo, leitor.
Nem a mim ela perdoa, essa miserável ironia.
É a mim que ela ironiza...
E,
Contudo,
Ela,
Só,
Me satisfaz.
À distância de tudo e de todos, minha ironia vira minha companheira.
E corta.
A mim mesmo ela corta.
Enquanto o fio afiado fica frio,
Filtro do riso palhaço um make-up indecente, mas sempre presente pra quem tem necessidade de um disfarce.
Tu, leitor, tão conhecido, tão cheio de amigos;
Tenta tu, leitor, tenta!
Não adianta nem tentar.
Estou te avisando.
Só pra ti tentar, estou te avisando que nem adianta tentar, leitor.
Deixa esse texto dormir o sono defunto daqueles cadáveres sem ambições literárias.
Um defunto tem mais o que fazer.
Um defunto está livre de vaidades.
Vai ler a bíblia.
Vai ler a Ilíada,
A Odisséia.
Vai ler revistas de fofocas da vida de ricos e famosos,
Mas deixa em paz esse texto.
Vai ler bula de remédio de faixa preta pra aliviar tua insanidade,
Vai ler catálogo telefônico,
Vai ler obituário de jornal, leitor,
Lê obituário de jornal.
Teu nome deve estar lá.
Tu morreu e nem te avisaram, leitor.
Telefona, leitor cretino,
Vai ver televisão, leitor cretino,
E deixa esse texto, leitor cretino,
Poupa esse texto, já tão cretino,
Poupa esse texto do excesso de peso da tua cretinice, leitor.
Vai ler placa de trânsito.
Ou melhor.
Faz melhor, leitor.
Melhor ainda.
Não lê, leitor.
Não lê.

sexta-feira

culto secreto toda noite no teu quarto. rosas e velas pra enfeitar os teus gemidos. mistura de assombro e paixão. me deseja crapulosa. oferecida e impenetrável. como se desvenda essa mujer?
me mata de beleza..

de pureza corrompida de riso dolorido
e me mata sempre mais até que não me reste nada,
só sal de suor e vertigens.


de novo inacabada em oito linhas.


"...em prontidão sangüinária
(sangue e amor se aconchegando hora atrás de hora)"

terça-feira

O amor mais sombrio que o mundo..
nas tuas mãos riscadas
e na ponta dos teus dedos imundos
qualquer pedaço meu sangra desde que vivi
dor de incauto
de asas cravadas nas costas

Carrego o coração na mão
I was born of the dark side

segunda-feira

Eu tenho um ciúme mortal do vento que passa e te contorna o corpo! e se molda sacana no contorno das tuas coxas e leva pra todo lado o cheiro mais úmido, escravo do meu desejo. Eu quero ser dona e vil.

quinta-feira

De agora em diante, ou por um tempo...Eu só escrevo pra mim e não mais para os outros... essas palavretas toscas são exclusivas para mim mesma, pra ver se me alcanço.Porque tantas coisas têm me doído e eu não quero mais expor nada, quero voltar a ser o mistério que sempre fui. Sem ninguém espiando uma lágrima que seja. Um sorriso.

Eu quero ser só minha de novo.

quarta-feira

'Então eu lavo as mãos e te jogo para o povo, com um meio sorriso, admito, que é divertido ver você se ferrar e as minhas mãos limpas e suaves.'

Eu já escreví isso antes, quase como uma premonição...ou será um jogo de azar!? (Porque alguém aqui vai se danar!)

..em que eu sou um grande monstro, e você a pequena aprendiz, aprendiz de merda, diga-se de passagem, leia isso como um desabafo.. de quem anda cheia desse tipo de capricho de menina que não sabe o que quer, que brinca com fogo e se queima fácil.
Eu sei bem do que eu quero, eu sei bem o que eu tenho. E você? Tá querendo o que eu tenho?

Aliás, o que vocês querem de mim? Me ferrar o coração?

segunda-feira

Querida,

Faz um tempo que tento escrever pra você, mas nunca acontece... porque ando brecando demais em dizer as coisas.
...como se o que deve ser dito se agarra em mim com unhas e dentes, e forçar a saída até dói.
E eu penso em te fazer tantas promessas impossíveis
Queria com um simples toque de mãos te dar a exata idéia de como corre meu coração, da solidão quente que sinto com meu corpo sobre o teu, por te saber minha eu queria Mais, me apoderar da tua alma como o diabo se apodera, me misturar no teu sangue ate que você não enxergue mais nenhum outro rosto sombrio além do meu. E eu me perco, me puno, esqueço meu próprio traço, porque o amor ocupa todo o espaço e me consome, inquisitor me queima cheio da santa perversidade, como uma maldição. Uma bela maldição.
eu queria ser o que te salva e o que te mata...

o que te leva lá...
perditione

terça-feira

Difícil esse exercício de me manter exata e taciturna e deixar de lado o meu ego de vaidade venenosa. Abafar o grito e manter as mãos secas, repousadas em algum canto como que no embalo da calmaria. Tudo para você me consumir e me engolir sem dor. Dentro eu me difundo e te confundo. E eu quero como ardil do diabo, estar no dentro de você e desafiar o teu bom, eu quero desafiar o teu amor. Afiar o teu amor. E me deixar em mil pedaços diferentes.

sexta-feira

Hei você! Olha aqui na minha cara com mais atenção, me conta a banalidade pegajosa do dia, mas me conta alguma coisa, fala na minha direção. Me-liga, me-procura, me-joga na parede..
Que eu estou precisando dos teus caprichos. Hoje que estou precisada de você. Eu sei, nós somos dois estranhos, mas senta do meu lado que eu acordei cheia de humanidades. Senta do meu lado que hoje eu não quero que você morra nunca mais. Acho que virei santa. Mas toda santa senta. Tô salva!
muita força pra me manter indiferente.
só me fechando e passando a chave.
então hoje

quinta-feira

Na verdade eu tinha escrito um outro texto falando de cousas que pouca gente sabe, não sobre mim, mas de outra persona non grata. E eu morro de vontade de apontar o dedo bem aqui ó no seu olho e te cegar(digno de um espartano!)... mas digamos que decidi me manter acima das coisas e ao lado esquerdo de deus. Moral cristã é uma bosta, você só têm de consciência pesada. Então eu lavo as mãos e te jogo para o povo, com um meio sorriso, admito, que é divertido ver você se ferrar e as minhas mãos limpas e suaves. E esse é o outro texto, se o que eu tenho pra dizer não muda até eu conseguir dizer, se não pára de doer até eu arrancar do peito, e pronto eis a cura que nunca cura. Qual a cura pra minha grande tragédia pessoalficcional? Do que eu vou escrever amanhã? Até onde você vai? Porque eu quero assistir do camarote. VIP.




Mas o que eu queria dizer mesmo é que tive um sonho muito crazy essa noite, o mundo estava dominado por um vírus brutal e letal e muito malvado, era o armagedon em toda sua sinceridade, era mesmo, com bolas de fogo e tudo mais, e eu jovem donzela, dava uns amassos em outra nada jovem donzela, que por acaso trabalha na mesma empresa que eu e nunca me olhou nas fuças, isso no chuveiro de um banheiro qualquer do planeta, e ela já estava infectada pelo vírus fanfarrão. Vai ver por isso de casta ficou meio putona (com todo respeito). E eu acordei no susto. Enfim.

quarta-feira

Eu tenho um amigo, um grande amigo. E acho que nunca tive um amigo assim no sentido tão literal de ser amigo. Ele ama a minha pior parte. Nem eu amo essa parte como ele ama. Não é por isso que ele é meu grande amigo, mas é fato que ele gosta do meu lado negrobruxa, fetiche por minhas maldades de alma, é eu não sou a madre tereza de calcutá, não sou não, qualcútá! Mas também não sou uma diaba legítima, me falta o rabo, os chifres provavelmente já tenho, eu e Hellboy. Mas voltemos ao amigo amigão, ele é cheio de virtudes doces doces, nunca traiu a namorada e tem grandes chances de ser guei no futuro (meu grande projeto). Ele gosta do meu jeito de caminhar.
E eu imagino se um dia a gente se perde, se um dia a gente se descruza e não dobra na mesma esquina. O que fica de mim nele além do balanço dos braços?

terça-feira


De: Betina Sulzbach [mailto:betina.sulzbach@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 16:03Para: 'Ronzi Zacchi'Cc: 'Dani Oliveira'Assunto: RES:

Já ví que tu-do virou peixe.
Ad verbum ab absurdo.
Continuo com sete pedaços da semana. Fin.

De: Ronzi Zacchi [mailto:ronzi.zacchi@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 15:55Para: 'Betina Sulzbach'Assunto: RES:

É de feicheclaires fechados pelo fecho. Feixe.
Povo. Persona. Citizen, Kane! No final Rosebud é mais que botão de rosa. Ninfo.
Secreto é segredo, não conta, senão perde a graça.




De: Betina Sulzbach [mailto:betina.sulzbach@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 15:40Para: 'Ronzi Zacchi'Cc: 'Dani Oliveira'Assunto: RES:

Tua saia é de zíper?!
Rosa é outra coisa, vc tá chamando o povo de outra coisa que eu não posso dizer o nome senão não é mais outra coisa e precisa continuar sendo sido. É secreto mas não é segredo. Citzens é sentar? Senta no povo!!! Senta o caralho no povo que o povo agora é rosa!!! Do gozo eu ñ vou falar.



De: Ronzi Zacchi [mailto:ronzi.zacchi@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 15:33Para: 'Betina Sulzbach'Assunto: RES:

Bacanal safado. Coisa de gatos noturnos sedentos, os diurnos sempre com sua velha violha vermelha no saco.
Rosa é o povo, moleculas agrupadas em torno daquilo que se chama cidade. Citzens citados sitiados.
Segredo secreto é guardado a um, e gozo bem gozado necessita mais de.
Se descruzar abre o zíper.

De: Betina Sulzbach [mailto:betina.sulzbach@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 15:25Para: 'Ronzi Zacchi'Cc: 'Dani Oliveira'Assunto:



Mas onde estarão os diurnos? Cada um tocando a sua tuba, coisa de bacanal safado.
Irônico é uma enzima subatômica, dessas usadas na Hiroshima. Depois tudo vira rosa.
As causas das minhas palpitações são mais do que palpites, o que me enfarta é secreto e faz gozar.ha!
Palpita deve ser salada mexicana temperada com tequila e pouca pimenta dependendo do chef palpitador.
E vc Rosi descruza essas pernas.


De: Ronzi Zacchi [mailto:ronzi.zacchi@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 15:16Para: 'Betina Sulzbach'Assunto: RES:

Gente entubada são os gatos noturnos tocadores de tuba?
camaleão, cama-leão, no teu teu verbo pra lá de irônico
Creio que palpitar sobre ninfas, é a causa de tuas palpitações.
Mas tudo isso é só um palpite sobre quem palpita



De: Betina Sulzbach [mailto:betina.sulzbach@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 15:11Para: 'Ronzi Zacchi'Cc: 'Dani Oliveira'Assunto: RES:



Gente encanada é literalmente entubada?
Gente que vive na cama deve ser camaleão, ainda mais se essas gentes forem muito bravas.
Sobre as ninfas eu ñ posso mais palpitar. Só palpitar e palpitações.


De: Ronzi Zacchi [mailto:ronzi.zacchi@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 15:06Para: 'Betina Sulzbach'Assunto: RES:

Gente cheia de cana:

- Gente encanada
- Gente que vive na cama

Ninfo-diálogo:

- Diálogo sobre ninfas
- Diálogos sobre tara
- Diálogos sobre diálogos

De: Betina Sulzbach [mailto:betina.sulzbach@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 14:55Para: 'Ronzi Zacchi'Assunto: RES:



Gente Acanalhada:
-Gente achanhada.
-Gente cheia de cana.

Ninfo-diálogo:
- gente dandy
-gente flanante
-gente falante
-gentes!



De: Ronzi Zacchi [mailto:ronzi.zacchi@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 14:52Para: 'Betina Sulzbach'Assunto: RES:

Ninfo diálogo para gente acanalhada

De: Betina Sulzbach [mailto:betina.sulzbach@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 14:51Para: 'Ronzi Zacchi'Assunto: RES:



Ninfo diálogo! rssss

De: Ronzi Zacchi [mailto:ronzi.zacchi@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 14:50Para: 'Betina Sulzbach'Assunto: RES:

Linfo diálogo esse

De: Betina Sulzbach [mailto:betina.sulzbach@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 14:49Para: 'Ronzi Zacchi'Assunto: RES:



rssss

De: Ronzi Zacchi [mailto:ronzi.zacchi@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 14:48Para: 'Betina Sulzbach'Assunto: RES:

hã?

De: Betina Sulzbach [mailto:betina.sulzbach@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 14:47Para: 'Ronzi Zacchi'Assunto: RES:



Há he hi ho cú!

De: Ronzi Zacchi [mailto:ronzi.zacchi@.com.br] Enviada em: terça-feira, 16 de outubro de 2007 14:45Para: 'Betina Sulzbach'Assunto: RES:

comentei cretina

Um sorriso deveria ser apenas um sorriso e não sorrir eu queria mesmo é te mastigar lentamente pedaço por pedaço palavra por palavra como um ritual no teu corpo-templo tempo fugaz full gás metafísica do ina-bsoluto
Parafrasear mais do que livremente o teu corpu torto beauty . morena-tudo-bem. Continua isso porque são nos teus cantos obscuros dark que me guardo como presente inflamado lustrado embalado com laço vermelholove. Como o amorfetiche da puta.
Então me abre toda como tua caixa secreta de pandora. que eu destruo e construo o que circula. A grande roda in gear.

15 step

embala e te engole...

segunda-feira

Canção de Amor da Jovem Louca

Na verdade não poderia ser o último post, coisa impossível essa, irrealizavelmente irrealizável! Porque hoje de manhã eu lembrei de quando a Sylvia me cuspiu e da substância estranha e entranha dela eu nasci. Da boca para o mundo como maldição de santo.

I shut my eyes and all the world drops dead;

I lift my lids and all is born again.
(I think I made you up inside my head.)
The stars go waltzing out in blue and red,
And arbitrary blackness gallops in:
I shut my eyes and all the world drops dead.
I dreamed that you bewitched me into bed
And sung me moon-struck, kissed me quite insane.
(I think I made you up inside my head.)
God topples from the sky, hell's fires fade:
Exit seraphim and Satan's men:
I shut my eyes and all the world drops dead.
I dreamed that you bewitched me into bed
And sung me moon-struck, kissed me quite insane.
(I think I made you up inside my head.)
God topples from the sky, hell's fires fade:
Exit seraphim and Satan's men:
I shut my eyes and all the world drops dead.
I fancied you'd return the way you said,
But I grow old and I forget your name.
(I think I made you up inside my head.)
I should have loved a thunderbird instead;
At least when spring comes they roar back again.
I shut my eyes and all the world drops dead.
(I think I made you up inside my head.)
Sylvia Plath
de novo me beija para a insanidade...

quinta-feira

Nó. Nó no peito. Bola na garganta. E a sensação de pés no abismo. De ter se deixado levar por todo lado mesmo sabendo que não devia. Nó com nome que outros chamam de destino*. Nó com nome Flor de Liz. Flor que se revela agora contra mim, como dona das coisas pisa firme e fundo no meu peito. Que com esse sol forte dos dias corta o nosso laço como se fosse laço de fita, pra que fique tudo cinza não só nos meus olhos mas no meu corpo inteiro n´alma. Então que fique esse como último post, desse blog que não vai mesmo me levar a lugar algum, e só faz mostrar uma dor familiar, que toda esquina tem.

quarta-feira

Nó.

Por pudor sou impuro. Do lugar onde estou já fui embora.

1a. Parte
"As coisas que não existem são mais bonitas"
Felisdônio
I
Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:
a) Que o esplendor da manhã não se abre com faca
b) O modo como as violetas preparam o dia para morrer
c) Por que é que as borboletas de tarjas vermelhas têm devoção por túmulos
d) Se o homem que toca de tarde sua existência num fagote, tem salvação
e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega mais ternura que um rio que flui entre 2 lagartos
f) Como pegar na voz de um peixe
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro.
etc.
etc.
etc.
Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios.
II
Desinventar objetos. O pente, por exemplo.
Dar ao pente funções de não pentear. Até que
ele fique à disposição de ser uma begônia. Ou
uma gravanha.
Usar algumas palavras que ainda não tenham
idioma.
III
Repetir repetir - até ficar diferente.
Repetir é um dom do estilo.
IV
No Tratado das Grandezas do Ínfimo estava
escrito:
Poesia é quando a tarde está competente para dálias.
É quando
Ao lado de um pardal o dia dorme antes.
Quando o homem faz sua primeira lagartixa.
É quando um trevo assume a noite
E um sapo engole as auroras.
V
Formigas carregadeiras entram em casa de bunda.
VI
As coisas que não têm nome são mais pronunciadas
por crianças.
VII
No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá
onde a criança diz: Eu escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz
de fazer nascimentos -
O verbo tem que pegar delírio.
VIII
Um girassol se apropriou de Deus: foi em
Van Gogh.
IX
Para entrar em estado de árvore é preciso
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz .
Hoje eu desenho o cheiro das árvores.
X
Não tem altura o silêncio das pedras.
XI
Adoecer de nós a Natureza:
- Botar aflição nas pedras
(Como fez Rodin).
XII
Pegar no espaço contigüidades verbais é o
mesmo que pegar mosca no hospício para dar
banho nelas.
Essa é uma prática sem dor.
É como estar amanhecido a pássaros.
Qualquer defeito vegetal de um pássaro pode
modificar os seus gorjeios.
XIII
As coisas não querem mais ser vistas por
pessoas razoáveis:
Elas desejam ser olhadas de azul -
Que nem uma criança que você olha de ave.
XIV
Poesia é voar fora da asa. XV
Aos blocos semânticos dar equilíbrio. Onde o
abstrato entre, amarre com arame. Ao lado de
um primal deixe um termo erudito. Aplique na
aridez intumescências. Encoste um cago ao
sublime. E no solene um pênis sujo.
XVI
Entra um chamejamento de luxúria em mim:
Ela há de se deitar sobre meu corpo em toda
a espessura de sua boca!
Agora estou varado de entremências.
(Sou pervertido pelas castidades? Santificado
pelas imundícias?)
Há certas frases que se iluminam pelo opaco.
XVII
Em casa de caramujo até o sol encarde.
XVIII
As coisas da terra lhe davam gala.
Se batesse um azul no horizonte seu olho
entoasse.
Todos lhe ensinavam para inútil
Aves faziam bosta nos seus cabelos. XIX
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa
era a imagem de um vidro mole que fazia uma
volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse: Essa volta
que o rio faz por trás de sua casa se chama
enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
XX
Lembro um menino repetindo as tardes naquele
quintal.
XXI
Ocupo muito de mim com o meu desconhecer.
Sou um sujeito letrado em dicionários.
Não tenho que 100 palavras.
Pelo menos uma vez por dia me vou no Morais
ou no Viterbo -
A fim de consertar a minha ignorãça,
mas só acrescenta.
Despesas para minha erudição tiro nos almanaques:
- Ser ou não ser, eis a questão.
Ou na porta dos cemitérios:
- Lembra que és pó e que ao pó tu voltarás.
Ou no verso das folhinhas:
- Conhece-te a ti mesmo.
Ou na boca do povinho:
- Coisa que não acaba no mundo é gente besta
e pau seco.
Etc.
Etc.
Etc.
Maior que o infinito é a encomenda.
Manoel de Barros.

terça-feira

Hoje eu queria ser muito realista e exata, e dizer que apesar do meu fluxo-caminhar ser aos solavancos e tropeços, eu sempre soube muito bem do que eu não quero. E eu não quero. E eu quero muitas outras coisas. Eu me apaixono de novo. E eu nunca me vinguei, o meu prato sempre foi quente e sou preguiçosa demais pra isso, acomodada. Então caro interlocutor, eu meu fascismo é fogo brando quase santo e despreocupado. Aquém.

sexta-feira

Et cetera

Eu queria uma palavra só. Só é uma palavra só.
Desassossego como estado permanente. Bota a mão no peito me devolve essa coisa.
Toda semana eu me perco de um ângulo diferente. Angulosa.
Lá no começo palavra primitiva mais prefixo.
Brevis esse laboro, obscurus fio!

quinta-feira

Senhora dona escriba.

Ah tédio, doce e santo tédio. Eu daria metade da minha inocência por uma partida de sinuca e dúzias de cerveja engarrafada.
Nada se move han. Nem eu, nem você. Nem o batman e sua capa negra. Por hoje.

terça-feira

si si si...lá revolucion bloguiana!!!

só pra ressaltar el umbigo...meu alter-ego usa rayban e assim vai..blá!

meu filho, cada macaco no seu ganho! ( melhor frase do mês seguida de muitos meigos palavrões)
contente-se em chupar o dedo do mundo...

segunda-feira

Quero lhes contar do meu ser a três mas é tão difícil, é ser de um jeito inteiriço, cheio de realeza, é ser casto e despudorado, é um ser que vocês só conheceriam num vir a ser, é como explicar o vir a ser de um ser que só se sabe no AGORA, aí como explicar o DEPOIS de um ser que só se sabe no instante? Estão vendo que esforço pra dizer os mistérios do depois? E ainda assim com esse esforço a veia se engrossando no pescoço, a língua se enrolando líquida, mesmo assim vocês pensando que tipo embobinado, que merdafestança de linguagem.
E não é sempre que vais ver alguém que é um, feito de três, assim a tua frente, não é sempre que vais ver alguém contando trifling things com tanta maestria e com maior gozo..
Assim ísis, infinitas arestas, porque vês a mim com adãoeva, dúplice sim, tríplice sim, multifário, multifídio, multífluo, multisciente, multívio, multíssono, aí sim, principalmente multíssono.
Deus: ai que proposições me propuseste!

quarta-feira

O vento gélido de são paulo sempre me aquece e seu concreto sujo me faz mais terna. Como um útero que choca/junta/cria toda a nossa imundície. E de mãos dadas na avenida o vento frio-cinza como meu velho irmão me escapa tanto. Eu solto as coisas que ele leva pro canto do mundo. O que não se pode conhecer, eu nunca olho para os lados, mas me balanço e me escapo e me derramo para todo o.
folhas em branco não me oprimem mais.

Que você conheça este relógio sem nuvens, chamado morte, dependurado no planeta.

Ontem Roberto Piva fez alguns 70 anos, e eu fui assistir esse rapaz derramar seus poemas na Casa das Rosas.. cada palavra nas mãos trêmulas e na voz entrecortada, me atravessou o corpo, como bola de fogo afiada queimando sutil, fogo negro do santo.


Ganimedes 76
Teu sorriso olhinhos como margaridas negras
....................meu amor navegando na tarde
batidas de pêssego refletindo em seus olhinhos de
....................fuligem
cabelos ouriçados como um pequeno deus de salão
....................rococó
força de um corpo frágil como âncoras
gostei de você
eu também
amanhã então às 7
amanhã às 7
tudo começa agora num ritual lento & cercados de
......................gardênias de pano
Teu olhar maluco atravessa os relógios as fontes a tarde
de São Paulo como um desejo espetacular tão
......................dopado de coragem
marfim de teu sorriso nascosto fra orizzonti perduti
assim te quero: anjo ardente no abraço da Paisagem

Abra os olhos e diga ah! (1976)

segunda-feira

falta de vergonha na cara e sucrilhos pela manhã.
fluxo-floema da Hilda de novo engatilhado.
the cardigans de trilha sonora da semana.
um beijo lasso na garota lassa.

amour malsain

e eu vou me embalando nos teus cabelos me enrolando..
no teu jeito de caminhar
em toda tua lisura desinteressada..
no encaixe quente das tuas pernas eu sou só amor doentio

quarta-feira

Português – VI
Estudo da Narrativa Confessional, ou Prosa Poética Desvairada.

Cara Professora Celise,

Com o passo pesado fui pra casa hoje decidindo a vida, e durou quinze minutos até eu me perder em opções impossíveis, terminei dois livros e não sei de mais nada, ou sei que quero continuar rabiscando e empurrando com a barriga para ver onde vai dar pé, na verdade nem quero ver o tal do pé porque ando com um medo descomunal de me mexer de mim mesma, ou é a preguiça que nasceu comigo e que se confunde com meu nome. Preguiça e urgência, meus dois pólos de conflito que se amam, e eu não amo mais as coisas que eu amava e dei vários passos pra dentro do escuro do poema e nele agora eu me mantenho quente, já querendo mudar a direção. Como sempre me coloco inteira reticente e reticências, cheia de um vazio de várias coisas e de uma coisa só procurando voz e canal pra sair e povoar o mundo como pedra milenar em queda no abismo. Povoar o mundo com meu DNA loiro e torto de vida e deslumbre. Descobri que meu eu profundo cheira a grama molhada, e esse meu eu, que agora não é mais Eu, saiu pra comprar cigarros e nunca mais voltou, um de nós ficou com a Determinação, e creio que não foi Eu. Isso é crise de ócio e vontade de romance. Cadê o meu ray-ban? Atrás dele eu escondo minha multidão.
“ta pensando em quê?
Na vida da gente, Eulália.
E não ta boa, Tiu?
Se ao menos eu conseguisse escrever.
Escreve de mim, da minha vida antes de eu te encontrar, da surra que o Zeca me deu, da doença quele me passou, da minha mãe que morreu de dó do meu pai quando ele pôs o fígado inteirinho pra fora, do nenê queu perdi, do Brasil ué!
Escrevo sim, Eulália, vou escrever da tua tabaca, do meu bastão.
Não fala assim benzinho, só quero ajudá.
Deita-se de bruços, chora um pouco, depois soluça, aí pego a pena de papagaio, uma daquelas com pluminhas verde-amarelas, e assoviando o hino nacional vou espenando sua bundinha, espeto a pena no anel, devagarinho vou alisando a lombada das nádegas, e Eulália se ergue e se arreganha lassa, então vou entrando na mata e deixo as polpas pra pena, bonito ali enfiado, gozo grosso pensando: sou um escritor brasileiro, coisa de macho, negona.
Vamos lá.”

terça-feira

segunda-feira

O amor ta parado lá na esquina me esperando, impaciente com o meu atraso e irritado com minha mania de enrolation. O amor escorado no muro de ray-ban e saia passando da metade da coxa...esvoaça ameaçando perder o pudor, mas não perde. O amor de rebelde só os cachos e os tropeços. O amor desenhado nas paredes da útero de concreto. O amor escorado em alguma esquina da heavy sampa espera meu atraso com um sorriso vermelho...
O amor se me vê passar manda beijos...

sexta-feira

Eu queria muito dizer da minha Ternura, de como ela acontece e porque ela sobrevive. Mas eu sei também que não devo deixar de acompanhar os meus pés em seu caminho estreito. Hoje aquele espinho já não é mais ferida, hoje corrompido, ele faz parte do meu corpo... absorvido no tempo que te escapou.
Vive uma ternura em mim, latente...afogada às vezes em água limpa, quase abençoada.

terça-feira



nenhum insight, só tormenta... e música nos lábios querendo te desenhar.. hoje mais do que comprovado que todo meu processo amoroso e apaixonoso nasce nas víceras, nas minhas, claro. então saborosa garota, meus mais nobres sentimentos à senhorita: fofísse, taradísse, ciumísse e raivísse, bem na boca do meu orgão sexual estomacal às avessas. acordei anti: comunista-socialista, hoje também não gosto de gente-dançarina que rodobaila na curva. com sorriso lá nos andes me espreguicei achando bomba atômica idéia maravilhosa.

Oh, but hold it still, darling, your hair is so
pretty

Can't you feel the warmth of my
sincerity?

segunda-feira

Esse final de semana, eu e meu avô tomamos todas as cervejas da cidade pequena onde ele morou a vida toda, e eu achei uma honra poder tomar um porre com meu avô, que por sinal, tem menos limites do que eu. E me assustei quando me dei conta que ele parece muito mais jovem do que eu, ávido de vida, brincalhão, doce enganador. Provavelmente tem mais namoradas do que eu, o jovem velho sedutor, de sorriso largo e olhos azuis tão limpos que constrangem qualquer cidadão. Tem tanta vida acumulada que já pode ir retirar o prêmio, inevitável prêmio, às vezes me parece que ele guarda todos os segredos nas mãos, ali onde ele tem o controle de tudo, ele gesticula soltando desenhos no ar, incógnitas de um cosmopolita do campo. E foi no silêncio desse campo que eu pensei acalmar as moléculas invisíveis da minha alma, mas só ficou mais nítido o grito surdo do meu peito, pensei em voltar correndo pra cidade onde ninguém escuta nada, só a sinfonia de buzinas e sirenes, quando meu avô me olhou fincado quase me deslocando do lugar e me sentenciou: ‘quando tu pretende domar a fera?’
Dizem que é Sozinho no mato que se enfrenta os piores medos.

sábado




ah....tadinha...

terça-feira

Fala entupida. Cara de sério. Vou viajar. Te encontro lá na curva. Morde o calcanhar do tempo. e me espera

segunda-feira

“ Telefono pra Sabine. Ela saúda sem muito entusiasmo minha reaparição, depois de meses. Recusa meu vamos jantar hoje?, meu vamos jantar amanhã? E até o meu quando é que vamos jantar? Qualquer dia a gente se vê. Ok. Vamos e vortemos, Ricardão não há motivo pra entrar em parafuso. Você já andava meio. Acho que vou dar umas bandas pro lado de. Tomar um café e um ou dois conhaques. Ta frio pra caralho. Onde andarás nessa tarde vazia? Onde andarás quem? Qualquer uma das mulheres que me disseram não. Cleuza por exemplo, esse nome de manicura que ela tanto detestava. Eu nunca ví Cleuza chorar. Só conheci dela o sorriso e o tédio. Sônia amorosa pichando Tesão Voz Une nos muros do cemitério, eu complicado e literatizante bradando que todo anjo é terrível. Hoje em dia, diria talvez, que todo anjo é gostoso. Sônia se entristecia com as minhas esquivanças. Um dia, pouco antes de me mandar, vieram me contar: Sônia anda reclamando pra todo mundo que você fica lendo Baudelaire na cama em vez de comê-la. Meu coração é um pastel de vento. ”

sexta-feira

devo ser uma grande sombra, e peso como chumbo em todo movimento teu. Em toda tua grande descoberta tem meu cheiro. como um plágio romântico e descarado.
como é não conseguir ser nada além do outro? um reflexo torto.

e se for pra seguir em frente
............................................

segunda-feira



Foram nove meses jurando amor ao pé do teu ouvido.
Curiosos olhos negros.. com brilho de quem chegou na vida à pouco, e eu encantada com ela..com o coração que ela carrega nos lábios. Tão frágil e tão poderosa que eu daria a minha vida de presente para aquelas mãos pequenas segurarem com força. De mim ela e a mãe arrancam qualquer pedaço. E ela tem quatro dias mas já sabe disso.
E eu me preocupando com besteiras..enquanto o inalcançável me alcança. Enquanto a vida vem me tocar o olhos e a boca. O que eu sinto faz vibrar a casa e se espalha no ar como perfume...pra chegar só nela.

sexta-feira

Mas que dia é esse!? Empolgação afiada! E olhar de quem só vislumbra acima do teu ombro! Pra longe.

quinta-feira

sabe como é né...
hoje acometida por surto verbotrágico passei o dia como uma dandy no lirismo...
tudo muito lindo, tudo muito dance!
tudo hoje.
vou pra casa bolinar as coisas, discos-livros e o gato.

E enquanto eu dormia, Clarinha abria os olhos negros para a vida, com seus imponentes 3k e 800 gramas...
O fruto limpo e cercado de cuidados, de um amor sombrio, amor de quem sai de si para se dar, para ir ao outro. Amor de quem transcende. Amor amor amor...nenhuma outra forma de capricho.
De repente felicidade.

terça-feira

Política IV

Entrei na sala com o coração a milhão e os olhos grudados no chão. Metade do curso, metade da matéria e eu em repentino pânico..daqueles que duram cinco minutos até o seu organismo se acostumar com os olhos arregalados dos outros organismos presentes no mesmo espaço, mas no caso eu era o corpo estranho. Eu tenho essas neuroses de me sentir extremamente intimidada por seres humanos em salas fechadas.. até que alguém me fale alguma besteira e eu me convença de que sim, sou capaz de manter contato com a raça e já amo todo mundo. Mas o fato é, eu me senti literalmente o peixe afogado na própria água.... a sala repleta de revolucionários, ativistas e blá, falando sobre as extremidades da democracia, do sistema ideal para o país, para o mundo, para a galáxia...ah! Do PT ao PSDB... do mister Guevara ao mister Pinochet, mania de revolucionário ser extremista, coisa hipócrita ter que ser partidário...meu partido é um coração partido (Cazuza eu te amo)... eu de tênis no meio da galera de sandalinha de couro, política e batuque. Eu não nasci pra revolução tupiniquim, apóio a causa, aliás, apóio qualquer causa de rebelde sem causa, mas sinceramente me abstenho do peso da história, me nego essa responsabilidade porque mal suporto meu próprio peso, ser o que se é – dor que dá prazer, coisa tipo primeira transa. Mas é claro que eu vou adorar o curso, as aulas e as pessoinhas caricatas, cultura é cool.... e no final a galera abstrai com um BigMac.

segunda-feira

au revoir! arrivederci! αντίο! good bye! adiós! auf wiedersehen!

Como diz o Caetano no novo roquizinho supimpa “você foi mó rata comigoooo”...e me agrada muito ser a prova viva dos teus medos...eu por perto e você se esconde de vergonha, a eterna fuga... ui que isso me dá até tesão. Mas infelizmente o meu tempinho free acabou e o que me interessa mais e mais passeia passivelmente bela por outros cantos.
Então sejamos, terrivelmente.

Então serei terrivelmente, melhor.

sexta-feira

uma viagem em torno do umbigo...
'Tanto faz' de Reinaldo de Moraes - o namoradinho da AnaC!


"Agora, o que eu queria mesmo é uma literatura que fosse, como Torquato Neto, até a demência. E ficasse, como Chacal, entre o play-ground e o abismo. E tivesse a peraltice e o lirismo de Oswald. E o sabor coloquial do Mário de Andrade. Nem confissão, nem ficção. Conficção. Nem obra acabada, nem obra aberta. Obra à-toa".


...Vamos lá. Vamos entrar nesse boing, romance debaixo do braço, otimismo arrepiado, o que iar eu traço, 'eu não sou um intelectual, escrevo com o corpo. E o que escrevo é uma névoa úmida" (Clarice Lispector). Tive um sonho roxo outro dia, acordei berrando: manhê! Cada vez menos palavras, cada vez mais frases. Olhar. Cochilar na rede co’a brisa bolindo nos pêlos do peito da gente. Abrir o olho e constatar que a noite baixou. Assobiar com os lábios molhados de cerveja. Nos olhos das mulheres mais lindas Narciso se vê refletido; por isso a beleza não o devora. Coxa na coxa, dançar um bolero de pilequinho. Esvaziar os copos, encher as amizades. Trinta anos e um romance no saco plástico. Saudades daquelas cinco horas da tarde. Literatura, a possibilidade de mentir por escrito...

quarta-feira

ela me disse que passou noites sem dormir e que rodeada dos livros nessas noites abocanhou um por um e não era a resposta que ela queria e todas as mulheres AnaC-Clarice-Hilda nos levam ao Caio - ele é o produto final e nada além e que pergunta é essa que todos eles nos fazem essa mesma pergunta na boca de cada um...
ela me disse que passou noites sem dormir em busca da pergunta e eu me impressionei

ela vive me impressionando assim literalmente a vida dela tão do lado da minha

terça-feira

Jolene...

Well Jolene unlocked the thick breezeway door

like she'd done one hundred times before

Jolene smoothed her dark hair in the mirror

she folded the towel carefully and put it back in place

yeah I want to pull you down into bed

I want to cast your face in lead

well every time I pull you close

push my face into your hair

cream rinse and tobacco smoke

that sickly scent is always, always there

yeah yeah

Jolene heard her father's uneven snores

right then she knew there must be something more

Jolene heard the singing in the forest

she opened the door quietly and stepped into the night

yeah I want to throw you out into space

I want to do whatever it takes, takes, takes

well every time I pull you close

push my face into your hair

cream rinse and tobacco smoke

that sickly scent is always, always there

segunda-feira

.................................[não tem um dia em que eu não]

tramo
dou voltas e voltas..
pra quem sabe na sua frente
“ver quem caça mais o olho um do outro..”
uma chance estancada no peito furioso

.................................[tem sempre alguém que]

mesmo impregnado na derme
escorre pelos dedos
sutil

segunda-feira

Era o dia D, ou B...no no...era o dia C. ah, sei lá.
O fato é que depois de um tempo, que na verdade não é muito tempo mas também não é pouco tempo. Aconteceu o encontro.
Mas foi um tempo suficiente pra me sumir a ansiedade, e ficar a perplexidade, ou o estarrecimento ou...não vou achar nada comparável. Seria o conceito de estranho.
E é claro que as 'bases' tremeram, não por insegurança, mas por fantasia, por imaginação.
E eu me superei paralizada. Porque ela veio me sorrir, veio sim. E eu não consegui me mover de mim, ela na minha frente e eu comentando a idiotice homérica de que ela cresceu, "no inverno as pessoas diminuem e no verão elas crescem"... isso logo depois de uma conversa calorosa sobre átomos e partículas e transmutação e física quântica com o querido amigo meu... e quando eu recuperei a consciência da idiotice que eu havia dito pensei seriamente em me esconder no meio daquele simpático arbusto no centro do jardim, o que me parecia no momento ser o lugar ideal para minha pessoa, pensei também em fingir que estava bêbada e fora de mim, mas eu visivelmente estava sã. E ela saiu correndo antes de eu tomar qualquer atitude...
Agora me diga como eu consegui essa proeza!? Não que houvesse muita coisa importante a ser dita, apenas amenidades agradáveis e sorrisos tenros e olhares carinhosos e claro, as novidades, porque foi isso que nos propusemos.
Estranhezas a parte, o que eu queria mesmo te dizer é que você continua bonitamente bonita...

e sempre enigmática pra não me perder o encanto.

quinta-feira

Todas as palavras que digo - é por esconderem outras palavras.

"trilha sonora ao fundo: piano no bordel, vozes barganhando uma informação difícil. agora silêncio; silêncio eletrônico, produzido no sintetizador que antes construiu a ameaça das asas batendo freneticamente. Apuro técnico. Os canais que só existem no mapa. O aspecto moral da experiência. Primeiro ato da imaginação. Suborno no bordel. Eu tenho uma idéia. Uma frase em cada linha. Um golpe de exercício. Memórias de copacabana. Santa Clara às 3 da tarde. Autobiografia. Não, biografia. Mulher. Papai Noel e os marcianos. Billy the Kid versus Drácula. Drácula versus Billy the Kid. Muito sentimental. Agora pouco sentimental. Pensa no seu amor de hoje que sempre dura menos que o seu amor de ontem. Gertrude: estas são idéias bem comuns. Apresenta a jazz-band. Não, toca blues com ela. Esta é a minha vida. Atravessa a ponte. É sempre um pouco tarde. Não presta atenção em mim. Olha aqueles três barcos colados imóveis no meio do grande rio. Estamos em cima da hora. Daydream. Quem caça mais o olho um do outro? Sou eu que admito vitória. Ela que mora conosco então nem se fala. Caça, caça. E faz passos pesados subindo a escada correndo. Outra cena da minha vida. Um amigo velho vive em táxis. Dentro de um táxi é que ele me diz que quer chorar mas não chora. Não esqueço mais. E a última, eu já te contei? É assim. Estamos parados. Você lê sem parar, eu ouço uma canção. Agora estamos em movimento. Atravessando a grande ponte olhando o grande rio e os três barcos colados imóveis no meio. Você anda um pouco na frente. Penso que sou mais nova do que sou. Bem nova. Estamos deitados. Você acorda correndo. Sonhei outra vez com a mesma coisa. Estamos pensando. Na mesma ordem de coisas. Não, não na mesma ordem de coisas. É domingo de manhã (não é dia útil às três da tarde). Quando a memória está útil. Usa. Agora é a sua vez. Do you believe in love...? Então está. Não insisto mais."

AnaC.

terça-feira

Flecha Negra

Me ignora ...que esse drama me rende boas frases...isso mesmo, me interessa tua indiferença. Business ma beibe!!
Até hoje só uma pessoa soube como fazer isso com muita classe e com muito charme, ou ao menos o charme exato pra me encantar. Charme de malabarista: hoje eu não posso, amanhã eu não quero mas relax...é inevitável encontrar as pessoas na Heavy Sampa Gotancity. Muito inevitável depois de alguns anos. Mas por favor deus que eu não encontre...isso quebra qualquer clima...boas musas devem se manter longe-quase-perto. A questão meu querido curioso é: perto demais me inspira poucomuitopouco, faço o tipo ficcional me ame e me perca. Prefiro não me odeie e finja que me ama. Ela não me odeia, ela não me ama e ela me permite na minha mentira mais cabulosa ‘sofrer’ pelo amor que a gente não teve, e isso só funciona com ela. Todo escritor precisa de uma musa, ou todo otário. Eu tenho a mais competente delas...ahh Flecha Negra, tua indiferença me faz sentir mais viva!

quinta-feira

Não sei por que um blog se no meu drama mesquinho eu não quero nada me lendo pra não quebrar o feitiço, mas e a vaidade? Como eu começo uma coisa dessas? Se você não sabe nada sobre se ferrar! Se você não sabe nada sobre estar nu na frente de alguém, do amor. Sobre quebrar o amor essa coisa corrente e densa. E garota esse teu drama de quinta, esse teu sofrimento burguês banhado a ouro. Se você só carrega meia dúzia de livros nos ombros. Então não me venha falar se você não sabe nada da vontade de se jogar impetuosa, do risco de quem não conhece o paraíso e da falsa alegria de quem não enfrenta o dragão.
“minto enquanto posso nego tudo”
“leva! Leva meu coração que ele já está pesado de sentir”

quarta-feira

por que você não abre os olhos? por que mantêm tudo fechado? por que o fardo?
o que eu faço com as idéias?
aquela idéia de amor.
"onde eu vou chegar?
eu vou me fundir"
acusa logo o meu grande pecado!!
Hoje de manhã eu cansei. Mesmo me isolando descaradamente com meu fone de ouvido, eu não vejo ninguém eu não escuto ninguém, não preciso compartilhar um sorriso que sempre tende à malícia, um tipo de malícia que eu detesto, a malícia burra e previsível. Eu gosto de pessoas, mas não tanto assim. Calor humano me sufoca, me impregna tanto que eu tenho a sensação de estar levando todo mundo junto pra dentro de casa. E eu não quero todo mundo dentro de casa. Me basto.
E eu dividi os meus malditos com alguns e egoísta agora me arrependo, como se ela não fosse mais minha – como se o que eu sinto sobre AnaC não fosse mais meu, arrancado como um braço. Impossível de me voltar, incomoda.

terça-feira

Café da manhã reforçado.

quinta-feira

Eu queria falar de ternura, queria muito falar. De como eu gosto de você sem a violência da paixão, sem a posse...sem esperar a troca, de como eu gosto de você porque é carinho que me vem quando escuto o teu nome, e é um carinho gostoso de sentir, é como uma alegria.
Ternura só de palavra já é bonitinho. De estufar o peito!!
Todo mundo devia adorar alguém sem interferir na vida desse alguém. Todo mundo devia ter uma musa! E baby....

deve ser a primeira vez que te escrevo...assim tão só pra você.

terça-feira

Vamos fingir que vai tudo bem. Então me perdoa se como a Clarice eu prefiro as probabilidades ao destino..ir vivendo no que for sendo, sem grandes passos premeditados ou ensaiados. Eu só sei ir sendo assim, no inferno de estar viva. Latente.

“é que um mundo todo vivo tem a força de um inferno”

sexta-feira

Mas afinal o que é que vocês pensam? Eu não quero revelar minha intimidade e nem trazer ninguém pra dentro. Eu só quero um texto voraz e não minha média vida pacata de trabalhar ganhar dinheiro e gastar. Eu quero vida dupla!
Como se explica ternura visceral? Como me explico?

quinta-feira

" Fogo do final
Não sou eu que estou ali, mas também escrevi coisas assim, para pessoas que nem sei mais quem são, de uma loucura venenosa de tão funda.
A história está completa. Sereia de papel.
Não me deixa agora, fera. "


quarta-feira

Interpol - Obstacle 1

"ela põe pesos no meu pequeno coração..."

terça-feira

Passei dias pensando sobre amor. O que é o amor. De como eu não consigo manter, como nunca consegui e sempre vivi afogada nele. Dolorido habita nas minhas entranhas, me rasga, rasga o outro e se guarda no meu fundo como bicho ferino, vivo se debate sempre. Pronto e não pronto. Mas teu eterno. Por isso escrevo.

sexta-feira

ANOTAÇÕES INSENSATAS

"Preferia a fome: só isso. Pelo longo vício da própria fome"


Mas não se pode agir assim, a amiga avisou no telefone. Uma pessoa não é um doce que você enjoa, empurra o prato, não quero mais. Tentaria, então, com toda a delicadeza possível, sem decidir propriamente decidiu no meio da tarde — uma tarde morna demais, preguiçosa demais para conter esse verbo veemente: decidir. Como ia dizendo, no meio da tarde lenta demais, escolheu que — se viesse alguma sofreguidão na garganta, e veio — diria qualquer coisa como olha, tenho medo do normal, baby.Só que, como de hábito, na cabeça (como que separada do mundo, movida por interiores taquicardias, adrenalinas, metabolismos) se passava uma coisa, e naquele ponto em que isso cruzava com o de fora, esse lugar onde habitamos outros, começava a região do incompreensível: Lá, onde qualquer delicadeza premeditada poderia soar estúpida como um seco: não. E soou, em plena mesa posta.Tanto pasmo, depois. Sozinho no apartamento, domingo à noite. Todas as coisas quietas e limpas, o perfume adocicado das madressilvas roubadas e o bolo de chocolate intocado no refrigerador — até a televisão falar da explosão nuclear subterrânea. Então a suspeita bruta: não suportamos aquilo ou aqueles que poderiam nos tornar mais felizes e menos sós. Afirmou, depois acendeu o cigarro, reformulou, repetiu, acrescentou esta interrogação: não suportamos mesmo aquilo ou aqueles que poderiam nos tornar mais felizes e menos sós? Não, não suportamos essa doçura.Puro cérebro sem dor perdido nos labirintos daquilo que tinha acabado de acontecer. Dor branca, querendo primeiro compreender, antes de doer abolerada, a dor. Doeria mais tarde, quem sabe, de maneira insensata e ilusória como doem as perdas para sempre perdidas, e portanto irremediáveis, transformadas em memórias iguais pequenos paraísos-perdidos. Que talvez, pensava agora, nem tivessem sido tão paradisíacos assim.Porque havia o sufocamento daquela espécie de patético simulacro de fantasia matrimonial provisória, a dificuldade de manter um clima feito linha esticada, segura para não arrebentar de súbito, precipitando o equilibrista no vazio mortal. Cheio de carinho, remexeu no doce, sem empurrar o prato. Preferia a fome: só isso. Pelo longo vício da própria fome — e seria um erro, porque saciar a fome poderia trazer, digamos, mais conforto? — ou de pura preguiça de ter que reformular-se inteiro para enfrentar o que chamam de amor, e de repente não tinha gosto?De onde vem essa iluminação que chamam de amor, e logo depois se contorce, se enleia, se turva toda e ofusca e apaga e acende feito um fio de contato defeituoso, sem nunca voltar àquela primeira iluminação? Espera, vamos conversar, sugeriu sem muito empenho. Tarde demais, porta fechada. Sozinho enfim, podia remexer em discos e livros para decidir sem nenhuma preocupação de harmonia-com-o-gosto-alheio que sempre preferira um Morrison a Manuel Bandeira. Sid Vicious a Puccini. A mosca a Uma janela para o amor, sempre uma vodca a um copo de leite: metal drástico. Era desses caras de barba por fazer que sempre escolherão o risco, o perigo, a insensatez, a insegurança, o precário, a maldição, a noite — a Fome maiúscula. Não a mesa posta e farta, com pratos e panelas a serem lavados na pia cheia de graxa — mas um hambúrguer qualquer para você que escrevo. Mas os escritores são muito cruéis, você me ama pelo que me mata com coca-cola no boteco da esquina, e a vida acontecendo em volta, escrota e nua.Não muito confuso, assim confrontado com sua explícita incapacidade de lidar com. A palavra não vinha. Podia fazer mil coisas a seguir. Mas dentro de qualquer ação, dentes arreganhados, restaria aquela sua profunda incapacidade de lidar com. Um instante antes de bater outra, colocar uma velha Billie Holiday e sentar na máquina para escrever, ainda pensou: gosto tanto de você, baby. Só que os escritores são seres muito cruéis, estão sempre matando a vida à procura de histórias. Você me ama pelo que me mata. E se apunhalo é porque é para você, para você que escrevo — e não entende nada.
Pequenas Epifanias - Caio Fernando de Abreu

quarta-feira

mordidas as duas por uma intimidade quase complacente, quase cortante. elas se olham e se reconhecem e isso não quer dizer amor. caminham no meio-fio apenas porque sabem desse caminho, e existem outros, mas esse já está nos pés. não se sabe onde termina mas está aí, aqui, no meio lado direito da cama.
escreve pra dentro, nada no papel.
" vou tomar um café, o mundo já acabou "

...despede-te dos ruídos...

sexta-feira

queridos e queridas...
mais uma vez eu venho lhes dizer que as palavras aqui publicadas são apenas palavras! Filosófico!
isso mesmo, é tudo mera coincidência. não se encaixem, mas não se retraiam. não se doam porque eu me apoderei da Dor e do Drama do mundo por pirraça, ou doam baixinho enquanto eu dôo alto grande e nada claro (ui).
Gente! to brincando! é tudo tudo mentira fingimento bliss que dá e passa. viu?

quinta-feira

Ela veio me dizer cheia de convicção eu não tenho desejos eu sou o Desejo enchendo tudo de flores e caos. E eu quis revidar dizendo eu sei, você não é a Jodie Foster, mas garota se você não me amar eu mato o presidente!
Depois voando uma santa onomatopéia. BLAM!
Heavy Sampa como diria o Caio.

terça-feira

Eu não queria escrever nada muito sério, deve ser esse teu jeito gostozinho de andar, quase sempre tropeça quase sempre me arranha. E fere sem querer. A camiseta vermelha com aquele diabinho chorando te cai bem, cai sim. Sorri sempre assim meio de canto, é pra não mostrar o que os outros querem ver, porque é sempre a mesma coisa que eles querem ver. Ela não mostra. Ela não cede para o desejo. Ela quer que eles despertem com um clic, já que um sorriso inteiro nem sempre é realmente um sorriso por inteiro.
E ela disse ‘me leve aos píncaros isso podia ser um romance’... podia mesmo, o romance te cai bem.

sexta-feira


...porque foi teu aniversário dia 2 de junho e eu esquecí dos parabéns...


"[texto] é a materialidade. Você achar que aquilo esconde uma outra coisa... Não acredito que esconda, acho que a poesia revela , pelo contrário. Ela não esconde uma verdade por trás ou uma via íntima por trás. Mas é também a dificuldade de quem produz, quer dizer, sempre, quando você escreve, tem sempre uma história que não pode ser contada, entende, que é basicamente história, a história da nossa intimidade, a nossa história pessoal. Essa história, ela não consegue ser contada. Se você conseguir contar a tua história pessoal e virar literatura, não é mais a tua história pessoal, já mudou. (...) O que é a literatura, o que é poesia, o que não é? O que é isso de literatura? Que texto maluco é esse , que conta e, ao mesmo tempo, não conta, que tem um assunto e, na verdade, não tem um assunto e é diferente do nosso discurso usual, que é diferente da correspondência, que é diferente do diário? Mesmo que eu pegue um diário, como tentei fazer, mesmo que eu pegue um diário e coloque ali como literatura, mesmo assim continua a haver uma história que não pode ser contada. É um tormento e, de repente, é engraçado também. Você não pode contar..."(César, 1999: 262).

As letras e a vida fazem rizoma em sua heterogeneidade: não há imitação nem semelhança, só atropelos e gagueiras e cortes. Abandona-se a metafísica da representação, afirma-se a fissura metafísica incorporal e estabelece-se uma relação de exterioridade entre o pensamento e a verdade: "Como se o único alívio fosse imaginar uma grande literatura que as arrebatasse e arrebentasse [as pessoas], um texto que já nascesse impresso e divulgado direto da minha cabeça para a úlcera dos outros" (César, 1999: 165). A literatura como empreendimento de saúde. Qualquer coisa assim como...



A MÁQUINA DA ESCRITA de Ana Cristina Cesar: afirmação da fissura nas bordas da produção de sentido.


quarta-feira

nevermind...

Sim eu sei o tempo é curto, mas foi no espaço entre o agora e o depois que eu encontrei um pedaço de segundo escondido no minuto 23 pra te dizer que eu não tenho nada pra dizer. Isso mesmo, nada pra te dizer. Não pra você. Nunca mais pra você.

ulala...

Ohh, can't anybody see...

terça-feira

Feliz dia dos namorados ma beibe!!!
Hoje tomada por uma súbita tristeza, escondida atrás de um sorriso ou outro. Não foi o conto do Caio falando de amor e de morte, e que o amor é uma forma atrapalhada de morrer...e provavelmente mais dolorida que a original. Foi antes disso a minha tristeza e ela é romântica e isso me dá medo porque era uma possibilidade queimada, abolida por mim em um princípio criado no meio da dor, porque a dor é o que vem depois da tristeza, ou antes? Mas vem, geralmente a noite me lembrar que eu ainda posso sentir.

segunda-feira

a parte do joelho é mentira eu juro....


"De: "Dani Oliveira"
Para: betinasuper@yahoo.com.br
Assunto: Re: Top 5 feriado


Top 5

5º lugar B Chorando nos 300
4º lugar B Chorando no Não por acaso
3º lugar B Falando Falando Falando sem parar
2º lugar B Fazendo a paradinha mais gay q já vi

1º Lugar (com honras)
B Gritando com os braços pra cima “to doido to doido”

Menção honrosa
B com o joelho zuado por muito sexo"
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vê se aprende, se desprende

Só deixo minha alma, só deixo meu coração
Na mão de quem ama solto!

sábado

sexta-feira

"você me ama pelo que me mata"

dói demais escrever, dói no corpo, na carne da alma...e se eu parar não dói mais e sem dor é como não estar viva, é como um Nada.
e dessa dor vem uma felicidade conturbada, absurda.


quarta-feira

I'm so tired of playing, Playing with this bow and arrow, Gonna give my heart away, Leave it to the other girls to play, For I've been a temptress too long. Hmm just, Give me a reason to love you, Give me a reason to be, A woman, I just wanna be a woman. From this time, unchained, We’re all looking at a different picture, Through this new frame of mind, A thousand flowers could bloom, Move over, and give us some room. Yeah, Give me a reason to love you, Give me a reason to be A woman, I just want to be a woman. So don't you stop being a man, Just take a little look from our side when you can, Sow a little tenderness, No matter if you cry. Give me a reason to love you, Give me a reason to be, A woman, It's all I wanna be is all woman. For this is the beginning of forever and ever, It's time to move over , So I want to be. I'm so tired of playing, Playing with this bow and arrow, Gonna give my heart away, Leave it to the other girls to play. For I've been a temptress too long. Hmm just, Give me a reason to love you

A palavra é...?

É bem mais do que o som furioso do teu pensamento...
É além

é profanação.

terça-feira

Revista Cult - Junho.

Simplesmente perfeito.


"Uma análise do novo efeito Quero ser John Malkovich

Por Mark Dery

Por que blog? Primeiro problema: a palavra em si perde somente para "org" na sua estupidez mortificante. Blog soa como um híbrido infeliz de blob e flog - uma fusão para algum novo fetiche viscoso que seria melhor não descrever. É, eu sei que quer dizer "diário na Internet"/ weblog, mas, afinal, quem é que chama isso de "diário de bordo", a não ser homens adultos usando orelhas pontudas (tipo Mr. Spock) e que começam cada registro em seus diários com datas estelares?
Segundo, há sempre o medo angustiante de que qualquer um que tenha um blog esteja fadado a se tornar um daqueles "Alpha Nerds"1, que deram a esse meio de comunicação uma péssima reputação - você sabe, aqueles auto-intitulados "Mestres de Seus Próprios Domínios"2, cujas prosas maçantes, senso cósmico de sua própria importância e uma estranha recusa em usar contrações (gramaticais), fazem eles parecerem a prole geneticamente engendrada de Ted Koppel3 e Charlton Heston em Os Dez Mandamentos. E daí se eles conseguem mais acessos que Deus? Você gostaria de ficar preso na classe econômica de um vôo transatlântico perto de um desses "Mestres do Universo", cheio de estilo próprio, e com opinião formada sobre tudo?
Pois é, eu sei que o blog é nossa última e grande esperança4 para um jornalismo cidadão - para nos apoderarmos do modo de produção5 e falarmos a verdade aos poderosos sem trocar de roupa por dias a fio. Mas, santo Deus!, por que a maioria dos porta-estandartes da revolução tem que ser tão repulsivamente obcecada por tecnologia? Por que a maioria dos retóricos do poder, que se tornaram os garotos brancos furiosos dos blogs, parecem como se, há poucos anos apenas, estivessem matriculados no Instituto de Linguagem Klingon6, felizes da vida? Será que é mera coincidência que o título de um dos longos trabalhos publicados que deram origem aos blogs, escrito por John Hiler - Jornalismo Cibernético: Nós Somos os Blogs. O Jornalismo será Assimilado - seja uma alusão à Jornada nas Estrelas: A Próxima Geração?
Então, por que blog? Com certeza, não é porque o blog esteja fadado a engolir toda a grande mídia, e regurgitar a gravata borboleta de George Will7. A melhor coisa sobre o blog não é ser um "jornalismo cidadão"; é que não é jornalismo. É claro que o blog, enquanto jornalismo de base pode servir como corretivo aos pontos nebulosos ideológicos e à orientação comercial do monopólio da mídia corporativa, verificando a veracidade dos conteúdos veiculados8, e restaurando algum traço de equilíbrio daquilo que é repassado como informação hoje em dia.
Mas os "blogueiros" que realmente desejam remediar os males que afligem o monopólio da mídia corporativa deveriam pegar algumas dicas no site
Back-to-Iraq.com, de Chris Allbritton, e arrastar seu corpos precoces, cheios de tubos e fios, para fora de seus casulos mecânicos tipo Matrix9, e fazer uma maldita reportagem, em vez de comentar o comentário10 sobre o que foi publicado no site Instapundit sobre a reportagem no Daily Kos sobre a reportagem no Little Green Footballs sobre o último ato de alta traição da Vasta Conspiração da Mídia de Esquerda11. É a síndrome da tartaruga Yertle12: supostos especialistas empilhados sobre supostos especialistas, até o chão e, embaixo da pilha, o humilde repórter que desencadeou todo o frenesi da intertextualidade: o repórter que ousou se aventurar para fora da câmara de vácuo da mídia para coletar algumas amostras de Fato Real Reportado.
Quem pode contrariar o apelo de Dan Gillmor por um jornalismo mais democrático, uma alternativa descentralizada à consolidação maciça do horror murdochiano, que passa por informação midiática nos Estados Unidos? O problema é que "blogar" demais - pelo menos os blog-nerds de quem a mídia parece estar falando, quando fala de "blogueiros" - fica muito parecido com a turma que já governa o universo midiático. Com poucas e honrosas exceções, o suposto analista político e os "blogueiros" midiáticos com os maiores acessos representam praticamente farinha do mesmo saco: o mesmo cabelo com gel e olhos vivazes, fazendo carreira atiçando fogo em fantoches de palha em Scarborough Country e Sean Hannity; as mesmas figuras que se atacam e se esbofeteiam até ficarem estrábicas nos programas Firing Line e do canal Fox News; os mesmos "analistas das notícias" das grandes redes midiáticas - "Mestres do Universo" sentados em suas poltronas13 - que se acham qualificados para discorrer sobre qualquer assunto, por mais esotérico que seja.
Será esta a revolução de baixo para cima e de muitos para muitos que nos foi prometida? Outra ditadura do "comentarismo"? Não para mim, obrigado! Você pode empilhar os seus Instapundits14, como lotes de madeira, que mesmo assim ainda não terão a autoridade empírica ou dignidade moral, sem mencionar as pérolas literárias da velha e durona escola de um único repórter-blogueiro como Chris Allbritton. E Allbritton não está só. Pense na carta contundente, direto do âmago do repórter de guerra Kevin Sites15, para o batalhão de fuzileiros junto ao qual foi destacado como jornalista independente - e num dos soldados que ele filmou executando um iraquiano gravemente ferido, e aparentemente desarmado, com um tiro na cabeça.
Não é que o blog tenha que trazer de volta os relatos terríveis das zonas de batalha, a fim de poder se justificar. Alguns dos melhores blogs oferecem um Mundo Bizarro16 como alternativa à grande mídia. O seu conteúdo não é determinado por formadores de opinião, que dizem o que você deve saber, ou por editores que querem vender sua atenção para anunciantes que querem uma fatia do seu nicho demográfico. Em contrapartida, eles dizem o que nem você mesmo sabia que deveria saber. Alguns dos meus blogs favoritos reclamam para si a promessa radical inerente à noção de um diário online: eles deixam o passante casual dar uma espiada nos pensamentos mais recônditos de um estranho, enxergando o mundo através dos olhos de outra mente. É o que eu chamo de efeito Quero Ser John Malkovich17.
Alguns dos blogs mais consistentemente esclarecedores e de entretenimento são produtos inescrutáveis de mentes borderliners. Blogs como
bOING bOING, The Obscure Store, Kottke.org, e Die Puny Humans são uma miscelânea de tudo, repletos de tudo que chame a atenção da imaginação de seus curadores excêntricos. Ler esses blogs é como fazer uma subscrição para o fluxo de pensamento de alguém; é a coisa mais próxima que temos da telepatia. O que tem a ver entre si um par de matemáticos usando 25511 pontos de crochê para representar a equação de Lorenz, uma lista de "palavras que não estão no dicionário, mas que deveriam estar" (exemplo: " sarchasm (subst.): O abismo entre o autor de criações sarcásticas e a pessoa que não o entende"), e fotos de "arquitetura de salada chinesa"? Nada, a não ser pelo fato de que chamaram a atenção de Jason Kottke, do site Kottke.org, mesmo que por pouco tempo.
Já imaginou o que seriam as notícias matinais se fossem editadas por Groucho Marx e Charles Fort18? Não é preciso mais imaginar: enquanto estou escrevendo, o grupo do blog bOING bOING publica uma nota informando que sacerdotes maias decidiram exorcizar os maus fluídos deixados pelo presidente Bush, quando em visita ao sítio sagrado de Kakchiquel, na Guatemala; uma foto de um relógio de bolso russo lindíssimo, todo feito em madeira, em l900; e outra foto de um lustre feito de ursinhos de goma, "tão delicioso quanto translúcido"!
Com tanta glicose para o cérebro em nossas dietas da informação, será que a contínua insurgência no Iraque e os horrores caligulianos19 da administração imperial de Bush nos seus últimos dias ainda têm alguma importância? Com certeza. Foi por isso que Deus criou The Nation, The Guardian e (insira aqui a sua fonte confiável de informações radicais). Mas eu quero viver num mundo em que a mídia que luta pelo apelo de massa, e veste sua responsabilidade social com a mesma consciência da importância que Darth Vader atribui ao uso de sua capa, tenha como contraponto os microcanais, cuja programação reflita os caprichos individuais - os gostos e interesses de uma única mente inteligente que não dá a mínima para a fatia de mercado ou para a aclamação popular (ou mesmo pela aclamação crítica...).
É claro que nem todas as idéias merecem sequer um minuto de nosso precioso tempo, aquilo que os marqueteiros gostam de chamar de "a economia da atenção". Mesmo assim, esses blogs-fluxos-de-dados-da-consciência que realmente merecem nossa atenção oferecem uma alternativa estimulante à grande mídia voltada para o anunciante e testada pelo mercado. Eles conseguem ser totalmente idiossincráticos e, ao mesmo tempo, reconfortantemente familiares - são monólogos íntimos que o resto do mundo pode ler. Considere um blog como o de Kottke. As pessoas não o lêem porque estão interessadas nos temas que ele cobre, por mais fascinantes que sejam, como freqüentemente o são, e, sim, antes de tudo, porque querem estar na primeira fileira para assistir aos filmes projetados no interior do seu cérebro. Ler blogs como este é o equivalente intelectual das experiências de Beaumont em fisiologia gástrica, ao observar por um orifício a digestão no estômago de um soldado ferido.
É genial!

Mark Dery é crítico cultural e autor de The Pyrotechnic Insanitarium: American Culture on the Brink. Leciona crítica dos meios de comunicação e jornalismo literário na Universidade de Nova York "


NOTAS

1. Trocadilho com "Macho Alfa", líder do bando.
2. Referência ao seriado Seinfeld.
3. Jornalista americano, ex-apresentador do noticiário Nightline.
4. Alusão jocosa a um discurso de Lincoln.
5. Alusão jocosa a Marx.
6. Referência aos fãs obcecados de Jornada nas Estrelas.
7. Analista de mídia, popular e conservador, nos Estados Unidos.
8. "Fact Checking Their Asses": grito de guerra dos blogueiros, na sua guerra contra a hegemonia da grande mídia, que julgam não ter validade histórica, até o advento dos blogs que vieram para conferir os fatos.
9. No filme de ficção científica Matrix, o que a maioria dos seres humanos pensa ser realidade é, na verdade, uma ilusão fabricada pelo computador. Na verdade, a maioria dos humanos está adormecida em casulos mecânicos, com tubos ligados ao corpo que permitem, aos seus senhores-máquinas, sugar sua energia para alimentar o mundo das máquinas.
10. Expressão usada para enfatizar o fato de se fazer comentários sobre o que já foi comentado.
11. Alusão/trocadilho à famosa evocação de Hillary Clinton sobre a "vasta conspiração da direita".
12. Referência ao famoso livro infantil americano, A Tartaruga Yertle, escrita pelo Dr. Seuss.
13. Referência aos super-heróis de desenho animado e brinquedos, Mestres do Universo.
14. Blogueiro popular e conservador. Ver Instapundit.com.
15. Ver carta publicada em www.hotzone.yahoo.com/b/hotzone/blogs995 .
16. Referência ao mundo oposto nos gibis do Super-homem.
17. Referência ao filme no qual os personagens descobrem que eles podem ver o mundo através dos olhos de John Malkovich, no interior do seu cérebro, literalmente.
18. Inventor da idéia do fenômeno "inexplicavelmente estranho".
19. Referência ao imperador romano Calígula, conhecido por sua depravação e sadismo.