segunda-feira

Meu coração não pulsa, cavalga afoito.
Lá no dentro de mim só tem silêncio amém. Silêncio adorado com peso de sopro e forma de lança. Ataco de fora pra dentro. E não desejo nada a ninguém, a não ser a mim mesma.


"Tenho a paz: não quero mais, não espero a herança prometida em papel-bíblia, sou aquele a que nunca visei porque não podia vislumbrar até aqui, a carreira da vida é um constante assombro quando nos vemos assim de repente de frente ao Mar a sós com ele e nos perguntamos: sou eu este que olha o mar em meio à jornada? sou eu este momento com um passado que desconheço? sou eu à deriva ou me construo? sou eu o meu passado ou ele não passa de uma ferida para sempre coagulada? sou eu o meu presente? e este instante assim avulso, sou eu? a quem pertenço se não aos elementos? recordar é viver? ou tudo não passa de um mesmo aí? sou um elo da força ou uma ameba incrustada no vão do Universo? faço parte? tenho futuro? alguém me chama? alguém me reclama? alguém me resgata?" JG Noll

terça-feira

"...Afrodite é sectária: acha que só matando a ordem nada natural das coisas. Afrodite é radical: enquanto a minha presença não for marcada a ferro na alma de todos recuso. Afrodite é infantil: sempre gostei de brincar de justiceira. Por isso amo Afrodite, e por suas suaves narinas que se dilatam diante de um sonho bonito. Eu amo Afrodite. Se alguma coisa ficar de nós dois nesse mundo ingrato será uma história de amor. Adormeço na companhia de Afrodite e só por isso é bom ter o cansaço merecedor do sono." [Noll]

O que mora dentro de ti não tem nome. Não tem pose nem disfarce.