quarta-feira

Isso é um texto magoado, manchado, sujo. Esperando dias pra sair da melhor maneira possível, mas como vem de mim, não existe ‘melhor maneira possível’. Por que eu sou um eterno probleminha, sempre na beirada de virar um problemão. Sempre no extremo do estorvo, culpa das minhas psicoses (Já é um drama eu estar falando disso, é um drama eu pensar em falar disso, outro drama o jeito como eu coloco os meus próprios dramas. Uma chatice para qualquer bloco de gelo). Sabe, eu odeio. E me sinto culpada por odiar. Por que eu deveria de ser bem mais zen, light, diet, descolada de mente aberta, mística de bons fluídos. Mas sim, a tua touca vermelha me irrita, a tua falta de tudo me irrita, mesmo estudando na melhor universidade do país, na dignidade de ser letrado, meu deus você escreve inhaí! Péssimo. Você que segue a tendência. Você, que ta sempre certo. Um plágio mal feito. Um livro pela capa, milhões de livros pela capa. Toda a tua história em três segundos. Péssima pose de cool, mostrar o que não é. Toda essa tua indiferença, mata qualquer ser-vivo, e junto com ele todas as coisas boas. Péssimo criar um perfil, quantos perfis na internet você é na vida? Vocês são todas essas propagandas da TV. Vocês são uma rua suja de panfletos. Você é todo mundo, sem rosto. Sim, minha intenção é colocar os bofes pra fora sem grandes compromissos com a boa política da educação. Minha intenção é cortar todos vocês no meio, pra dar mais cor à minha fama de psicótica e infeliz. Eu quero inventar uma historinha pra me disfarçar. Todos os meus mil defeitos, perversos defeitos. O meu ciúme, a minha loucura. Os meus olhos azuis não são um rótulo, são realmente azuis. Eles não são um prêmio, doem na claridade. A minha vida toda até agora, que vocês imaginam que conhecem. Todas as vezes que você me subestimou. Eu quero vomitar tudo. Eu quero sacudir pra me livrar da poeira. Eu quero voltar a escrever qualquer besteira. Eu quero que as pessoas que me cruzam na rua se fodam, é pra elas que eu escrevo. Eu não quero mais adivinhar. Eu quero engolir essa raiva do mundo como um bolo de pêlos. Eu queria sempre o mesmo rosto. Não é você, é todo mundo. Sou eu.
Passou. Vou ajeitar os ponteiros do relógio que eu ganhei.

2 comentários:

  1. tá certa...sabia que adão não foi o primeiro no paraíso? tinha alguém sem boca e sem olhos por lá antes dele...palavras de david berman. ;)

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