“Ontem de manhã, descobri que me enganaram. Eu – quer dizer, até ontem de manhã – tinha a mania de repartir o cabelo para o lado esquerdo. Às vezes me apaixonava por donas de casa e vislumbrava um futuro de churrascarias caríssimas aos domingos. Não cogitava em chupar cus. Daí a importância do episódio do poço: joguei meu primeiro cadáver lá dentro: eu mesmo. Isso chega a ser óbvio. Do mesmo jeito – óbvio, como o desejo do suicídio – a gente também tem que saber morrer e tem que saber se matar e enterrar a si mesmo e, sobretudo, matar e enterrar a quem mais se amou (mesmo que esse amor tenha sido reconhecidamente um furioso equívoco): amor por demais; portanto vivido, enganado e matado, nunca morto demais.”Marcelo Mirisola, 'Azul do filho morto'
(e eu me sinto, de repente, com 173 páginas estranhas no rosto)
e agora só enxergo através delas.
O começo!
ResponderExcluirUma viagem no Mundo presente
Será que o vento açoita as árvores
Ou são elas que cedem ao embalo docemente
Gostava que sentisses o embalo das palavras
Mágico beijo
É. Mirisola é um babaca. Porém indiscutívelmente talentoso.
ResponderExcluir(que poder esse endiscutívelmente, deve ser o tamanho da palavra...)
bjo
Você vai me emprestar, né tia B.?
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