sábado


   Mas eu, em cuja alma se refletem   
   As forças todas do universo,  
   Em cuja reflexão emotiva e sacudida  
   Minuto a minuto, emoção a emoção,  
   Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —  
   Eu o foco inútil de todas as realidades,  
   Eu o fantasma nascido de todas as sensações,  
   Eu o abstrato, eu o projetado no écran,  
   Eu a mulher legítima e triste do Conjunto  
   Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.
álvaro de campos

Um comentário:

Mente que eu gosto!