terça-feira

engolida “autofagicamente” pela velocidade do tempo, meu físico que pegava fogo, ardia, tamanha a atmosfera de súbita liberdade




"Olhei com toda a gana para o fundo de seus olhos e vi que eu podia mais uma vez dentro deles navegar. Talvez eu nunca tivesse experimentado antes uma tal confiança dentro dos olhos de alguém. Eu sabia que em sua órbita eu não me perderia. Se alguma coisa ocorresse comigo ele viria de dentro dele e me salvaria. (...) Eu estava ali completamente imerso em seus olhos. (..) No desenho das órbitas eu como que dançava. Por instantes eu como que nadava em espirais submarinas. Ao vir à tona dos abismos, minha pele mostrava-se coberto de um olho azeitonado. Eu estava impregnado da massa do homem no limiar da nova vida, essa massa que nos tornava um outro, talvez um terceiro sujeito entre mim próprio e ele." (p. 155)
A máquina de ser - João Gilberto Noll







"Quando adestramos a nossa consciência, ela beija-nos ao mesmo tempo que nos morde."
Nietzsche

3 comentários:

  1. hum. auto-controle ou descontrole? link-me. rs

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  2. Ta. eu PRECISO ler esse livro!! Por uma questao de honra.
    (nada a ver, é que eu sempre quis dizer isso.

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Mente que eu gosto!