terça-feira

Política IV

Entrei na sala com o coração a milhão e os olhos grudados no chão. Metade do curso, metade da matéria e eu em repentino pânico..daqueles que duram cinco minutos até o seu organismo se acostumar com os olhos arregalados dos outros organismos presentes no mesmo espaço, mas no caso eu era o corpo estranho. Eu tenho essas neuroses de me sentir extremamente intimidada por seres humanos em salas fechadas.. até que alguém me fale alguma besteira e eu me convença de que sim, sou capaz de manter contato com a raça e já amo todo mundo. Mas o fato é, eu me senti literalmente o peixe afogado na própria água.... a sala repleta de revolucionários, ativistas e blá, falando sobre as extremidades da democracia, do sistema ideal para o país, para o mundo, para a galáxia...ah! Do PT ao PSDB... do mister Guevara ao mister Pinochet, mania de revolucionário ser extremista, coisa hipócrita ter que ser partidário...meu partido é um coração partido (Cazuza eu te amo)... eu de tênis no meio da galera de sandalinha de couro, política e batuque. Eu não nasci pra revolução tupiniquim, apóio a causa, aliás, apóio qualquer causa de rebelde sem causa, mas sinceramente me abstenho do peso da história, me nego essa responsabilidade porque mal suporto meu próprio peso, ser o que se é – dor que dá prazer, coisa tipo primeira transa. Mas é claro que eu vou adorar o curso, as aulas e as pessoinhas caricatas, cultura é cool.... e no final a galera abstrai com um BigMac.

3 comentários:

Mente que eu gosto!