segunda-feira

“ Telefono pra Sabine. Ela saúda sem muito entusiasmo minha reaparição, depois de meses. Recusa meu vamos jantar hoje?, meu vamos jantar amanhã? E até o meu quando é que vamos jantar? Qualquer dia a gente se vê. Ok. Vamos e vortemos, Ricardão não há motivo pra entrar em parafuso. Você já andava meio. Acho que vou dar umas bandas pro lado de. Tomar um café e um ou dois conhaques. Ta frio pra caralho. Onde andarás nessa tarde vazia? Onde andarás quem? Qualquer uma das mulheres que me disseram não. Cleuza por exemplo, esse nome de manicura que ela tanto detestava. Eu nunca ví Cleuza chorar. Só conheci dela o sorriso e o tédio. Sônia amorosa pichando Tesão Voz Une nos muros do cemitério, eu complicado e literatizante bradando que todo anjo é terrível. Hoje em dia, diria talvez, que todo anjo é gostoso. Sônia se entristecia com as minhas esquivanças. Um dia, pouco antes de me mandar, vieram me contar: Sônia anda reclamando pra todo mundo que você fica lendo Baudelaire na cama em vez de comê-la. Meu coração é um pastel de vento. ”

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